segunda-feira, 27 de junho de 2011

CANSAÇO

Tanta coisa acontecendo, e eu aqui
Pois é, quanto aconteceu e eu vivi

Pior é que...
Quanta coisa aconteceu
Eu vivi e nem senti

Melhor seria
Ter pensado menos
Ter vivido mais
Agora não estaria preocupada com o que vai acontecer

Seja na segunda, sexta ou domingo
Até no sábado
Ah! No sábado começa cedo e termina tarde

O que?
O que acontecerá

Quando irei mudar a ordem dos fatores
Meu relógio não ter futuro
Meu andar não ter destino

Melhor será quando poderei organizar meu dia
Não gastar meu repertório
Não viver preocupada
A ponto de não saber por onde começar
Com tão pouca coisa para fazer
E tantos sonhos para idealizar

Pois é
Quanta coisa acontecendo e eu aqui
Preocupada com o que está acontecendo
Não vivendo
Achando que estou sobrevivendo
Da brisa,
Do ar gelado
Do vento parado

Este barulho que me incomoda
Não te incomoda

Na verdade,
Só me faz pensar
Quantos tambores estão batendo
E eu aqui sentada, sentindo o tempo passar
Não podendo andar
Não podendo bailar
Sobrevivendo do conhecimento que um dia acaba
Ou cansa.

ENXAQUECA

Um dia escrevi sobre várias coisas que me deixam confusa e irritada
Querendo saber até quando terei que ser algumas coisas que não sou

Um tempo já se passou
E ao invés de obter respostas,
Novas perguntas surgiram
E outras ficaram tão profundas
Que atravessou meu imaginário e não voltou.
Será que um dia elas voltam?
Será que virão respondidas ou continuarão sem respostas?

Sinto uma dor de cabeça inconstante
Tem hora que penso que são meus olhos
Cansados da tarefa rotineira que eles realizam
Tem hora que penso que ando tomando muito café
Alterando meu sistema nervoso
Me mostrando que não tenho controle
Tem hora que penso que estou dormindo pouco
Mas deito cedo e acordo tarde
E ela continua aqui

A dor de cabeça, às vezes me dá um sossego
Mas quando ela volta, volta daquele jeito
Me tirando o animo para idealizar e realizar

Leio na revista que a tal dor de cabeça pode ser uma enxaqueca
E que a maioria das pessoas que sentem são mulheres. Sou mulher.
Talvez seja a resposta para a minha tal dor de cabeça
Que não quer ir embora

Pelo contrário
Quer se alojar no meu peito
Pressionar meu coração
Pedir um afago das mãos
E ser olhado por mim

Será que essa enxaqueca é a da revista?
Ou é a dor de sinto enquanto escrevo esse poema?